Liberada desde quarta-feira passada em Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, São Paulo, Santa Catarina, Minas Gerais e Pará, onde terminou o chamado vazio sanitário, a semeadura de soja no país deverá enfrentar problemas para avançar nesta fase inicial, por causa da falta de chuvas.
É cedo, porém, para afirmar que a intempérie vai tirar a futura colheita, que tende a ganhar força em janeiro, do caminho de um novo recorde.
Conforme a primeira estimativa da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) para esta temporada 2020/21, a área plantada no país deverá crescer 2,4% ante 2019/20 e a produção aumentará 7%, para 133,5 milhões de toneladas.
Consultoria privadas também projetam avanço, bem como o Departamento de Agricultura dos EUA (USDA).
Segundo Antonio Galvan, presidente da Aprosoja-MT, os agricultores mato-grossenses devem ter cautela neste momento.
No Estado que lidera a colheita nacional de soja – e de grãos em geral -, a maior parte da safra costuma ser plantada entre 5 e 25 de outubro, mas Galvan lembra que muitos produtores que firmaram compromissos para entrega da oleaginosa em janeiro vão ligar as máquinas em lavouras irrigadas amanhã.
Mas previsões apontem que as chuvas só devem acontecer na última semana de setembro.
De acordo com projeções do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea/Famato), a soja deverá ocupar 2 milhões de hectares no Estado em 2020/21, mesmo patamar de 2019/20, e a colheita deverá atingir 35,2 milhões de toneladas, também sem variação expressiva.
Segundo boletim da consultoria Climatempo, com a estiagem permanece inclusive o risco de queimadas na maior parte do Centro-Oeste. Apenas a partir do próximo sábado áreas de instabilidade se formarão e permitirão pancadas isoladas de chuva em Mato Grosso, próximo à divisa com Rondônia, e em Mato Grosso do Sul.